No passado dia 13 de Maio, dia de Nª Senhora de Fátima, o Grupo de Forcados Amadores de Alcochete voltou a Salvaterra para uma Corrida de grande exigência.
Um curro de Toiros com idade e trapio fazia antever uma tarde de responsabilidade, mas quis o cabo dar oportunidade a alguns jovens que se tinham vindo a evidenciar nos treinos.
Deixamos alguns apontamentos à Corrida da autoria do antigo forcado e fundador, José Barrinha Cruz.
Lidaram-se toiros de Assunção Coimbra, bem apresentados, com pesos entre os 470 e 575 kg, os dois primeiros de 2007 e o 3º de 2008.
Chegaram ao fim das lides a cavalo completamente esgotados, «metidos» em tábuas - nunca de lá «saíram» -, o que obrigou os Forcados da «cara» a terem que «entrar» nos «terrenos» que lhes pertencia - foram dezenas.
Sabemos que quando assim acontece, tudo se complica. Os «capotazos» para os obrigar a «sair» vão-se repetindo; as mudas de terreno constantes; o tempo a correr e assim, toiros com esta idade e «afogados» «aprendem» rapidamente; defendem-se; fixam-se no «seu terreno» e, quem lá entrar sofre as consequências, tanto mais que estes só davam 2/3 m, e assim, é extremamente difícil o forcado sair a tempo de as evitar.
Sabe-se também que toiros com este comportamento, quando saem - quase que à força – o arranque é rápido - para colher -, têm um «derrote» mais alongado, ou se seja, como esgotado, «humilha» mais e «arma-o» debaixo para cima com o impulso dado pelas mãos que «param» - segundos depois estão no ar -, por isso é seco, duro e violentíssimo. O que em gíria tauromáquica se diz «amarinhou (trepou) pelo Forcado».
Todas estas dificuldades os toiros apresentaram – e não foram poucas. Ainda por cima o 2º «entrou» no forcado a «ensarilhar» e o 3º, na 1ª e 2ª tentativas derrotou com o «pau» direito e na 3ª o esquerdo. Como se isso não bastasse, além de ter a «armadura» curta, tinha o «focinho» saído, o que dificulta tanto o «cornaleiro» como o «barbeleiro».
Na verdade, todos estes problemas se apresentaram ontem em Salvaterra e, quando assim é, «Pegar Toiros» é uma Arte que não é para todos; não é de todos, nem todos a entendem, tanto mais que o Forcado tem que Tourear com o corpo e não a cavalo, por isso nem sempre o Forcado é culpado, mas sim o Toiro.
- 1º Toiro – 470 kg – Pedro Viegas - 2ª - volta e centro;
- 2º “ 500 Kg – Luís Santos – dobrado por Rúben Duarte (Barroca)- 2ª - Volta e centro com 1º ajuda;
- 3º “ 575 Kg - Pedro Gil - 4ª – não saiu da teia;
O DESTAQUE
O GRUPO esteve sempre por «cima» dos toiros
A 1ª ajuda de Fernando Correia a Rúben Duarte na 3ª tentativa
O estoicismo de João Rei na 2ª e 3ª ajudas ao 3º Toiro de Pedro Gil
O «querer» de Pedro Gil e Rúben Duarte
A «NÃO VOLTA» de Pedro Gil
O trabalho que os bandarilheiros tiveram para tentar tirar de «tábuas» os toiros
O PIOR
O pulso fracturado e ligamentos do 1ª ajuda João Rei
O golpe profundo no pescoço e luxação na anca do «cara» Luís Santos
José Barrinha Cruz
15.05.2012
Reportagens fotográficas:
http://fotos.sapo.pt/magostinho/albuns
http://solesombra.net/salvaterra-de-magos-reportagem-fotografica/