Forcados Amadores de Alcochete

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45 anos e a História continua!

Alcochete 17 de Junho de 2016, uma data que ficará para a história dos Amadores de Alcochete!

Com praça à cunha Alcochete deu mostras da sua afición e do carinho pelos seus maiores embaixadores: os Forcados Amadores. Embora a noite estivesse fria, o ambiente estava mais quente que algumas noites de agosto. Pelas bancadas caras conhecidas e importantes do mundo dos toiros, do futebol e da nossa sociedade. Todos quiseram estar presentes no adeus ao carismático cabo Vasco Pinto!

Os ingredientes estavam lá e com as emoções ao rubro assistiu-se a uma das maiores corridas dos últimos tempos.

Após uma espera de alguns minutos, devido a problemas na iluminação, deu-se início à tão esperada corrida. No entanto, e quando se esperava que tudo estivesse resolvido falta novamente a luz. Com o se não de Luís Rouxinol estar a lidar o seu primeiro toiro. Sem necessidade de dar mostras do que quer que seja, Rouxinol com toda a sua afición deu continuidade à sua lide. E foi sob um ambiente mágico (iluminado pelas luzes dos telemóveis) que o cavaleiro de Pegões realiza uma das lides mais marcantes. Marcante pela sua classe, coragem e determinação em levar o seu trabalho por diante. Sem palavras, só para quem viveu!

Na sua segunda lide esteve igual a si próprio, dando continuidade ao que tinha feito no primeiro toiro, mas agora com a iluminação “oficial”.

De Espanha diz-se que nem bons ventos nem bons casamentos. Embora estivesses bastante vento, melhor casamento não poderia ter sido. O luso-espanhol Diego Ventura surgiu em Alcochete como um verdadeiro furacão. Abalando os alicerces da tauromaquia equestre e desafiando as leis da física. Se no primeiro toiro teve uma lide de puro classicismo, toureando também alguns minutos sobre a iluminação dos telemóveis. No segundo, esfregou a lâmpada e demonstrou o génio que há em si! Ferros que talvez pensássemos serem impossíveis. Uma das suas melhores lides em terras lusas. Um génio!

Moura Caetano, sem sorte no primeiro toiro demonstrou que também estava ali para triunfar e arrebatou no segundo toiro, uma lide de classe e temple, tão apreciada pelos puristas. Representou a Casa Caetano da melhor forma!

Todavia, a noite era dos Forcados Amadores de Alcochete, que comemoravam os seus 45 anos! Além da despedida do cabo Vasco Pinto existiam outros motivos de interesse, com a presença de forcados antigos.

A abrir a lotada praça alcochetana, surgiu um forcado de dinastia, Manuel Pinto. Com apenas 17 anos, o irmão do cabo demissionário não tremeu. Com a calma e frieza que carateriza esta família brindou ao público e apresentou-se ao toiro Paulo Caetano, que mal avistou o forcado arrancou com prontidão. Manuel Pinto carregou no momento certo e reuniu na perfeição, para uma pega que certamente será memorável para si.

O forcado que se seguiu não foi menos que o cabo Vasco Pinto. Brindou aos céus, como na sua primeira vez. E perante um toiro sério caminhou com a classe que só a ele pertence, citando para aquele que seria o seu último toiro como forcado no ativo. Naturalmente que tinha nos seus desejos pegar à primeira, mas porque ficou de lado na cara do toiro decidiu repetir. E com a mesma classe e tranquilidade citou para uma pega rija que nunca mais irá esquecer. Nem ele nem todos os que estavam presentes. Grande primeira ajuda do seu também grande amigo João Rei.

Com as emoções ao rubro, deu-se à troca de jaquetas e o testemunho foi passado ao seu primo Nuno Santana. Também ele um grande forcado. Com a humildade que lhe é caraterística Vasco Pinto recusou seguir em ombros e deu uma volta encurtada pelos médios do ruedo alcochetano. Nota para o emotivo abraço do seu pai António José Pinto, lenda da forcadagem nacional.

Refeitos os corações seguiu-se novo atrativo. O antigo cabo António Manuel Cardoso “Néné” foi quem se seguiu. Com a determinação que todos lhe conhecem agarrou-se de alma e de coração para efetivar uma excelente pega ao primeiro intento. De assinalar a enorme primeira ajuda de Diogo Torn.

Nuno Santana, o novo cabo, foi quem se seguiu. Brindou como de costume nestas ocasiões aos antigos cabos. Com o poderio que lhe é reconhecido perfilou-se perante o toiro Guiomar Cores Moura para arrancar aquela que seria a pega mais vistosa da noite. Com o toiro a desviar caminho do grupo contou com uma primeira ajuda de livro do antigo cabo João Pedro Bolota.

As restantes duas pegas da noite foram realizadas por dois antigos forcados, Carlos Dias e Estevão Oleiro. Se Carlos Dias efetua uma pega de poderio Estevão Oleiro abriu o livro. Duas pegas ao primeiro intento e de excelência, perfeitas ao seu estilo. Força versus técnica! Que nos deixam saudades dos seus tempos de forcados e que nos fazem acreditar que muito ainda tinham para dar.

Embora com os percalços da falta de iluminação, o espetáculo decorreu a bom ritmo. Talvez em outro cenário estas falhas pudessem ser motivo para estragar a festa. Aqui foi o tónico! Nada poderia estragar esta noite. Mas tal só foi possível porque houve grandes artistas e uma simbiose perfeita com um grande público! Os Deuses estavam com eles e a magia aconteceu!

Alcochete realmente é diferente… é onde a festa tem outro sabor!

Crónicas

http://aficionadosdeportugal.blogspot.pt/2016/06/o-vasco-mais-que-ninguem-merecia-uma.html

http://www.touroeouro.com/index.php/page/news/3/11838

http://www.aplausos.es/noticia/34842/noticias/ventura-colosal-en-una-noche-de-emociones-en-alcochete.html

http://www.solesombra.net/depedida-vasco-pinto/

http://www.portadossustos.com/2016/06/cr.html

http://www.taurodromo.com/cronica/2016-junho/12222-noite-de-sonho-na-castica-praca-de-alcochete

http://naturales-tauromaquia.blogspot.pt/2016/06/cronica-de-alcochete-noite-de-media-luz.html

Fotografias

http://www.carregarasorte.com/2016/06/corrida-da-despedida-do-cabo-vasco.html?m=0

http://www.pitonapiton.com/%C3%A9poca-2016/alcochete-17-06-16/