O entrevistado desta semana é também um forcado de dinastia do nosso Grupo, tendo já pegado em algumas das principais praças do país.
Nome : João Ataíde F. Cabral da Câmara Belmonte
1.ª Fardação : 25/05/2014 em Oliveira de Frades
Épocas em atividade : 6
O que é para ti ser forcado do nosso Grupo?
Não é um Grupo qualquer, é o Grupo de Forcados Amadores de Alcochete, e representa uma terra que, apesar de ser a apenas 20 minutos de Lisboa, é uma terra completamente diferente. A hospitalidade, a mística taurina, o orgulho que os Alcochetanos têm na sua terra e em representá-la em todas as vertentes, são algumas das caraterísticas que tornam esta terra única. O Grupo representa isso tudo, e pertencer a este grupo é sentir-me em casa, apesar de não ser de Alcochete. No Grupo há forcados muito diferentes, mas caminhamos todos para o mesmo objetivo, não exaltando um forcado em especifico, mas o Grupo inteiro.
Quem é que é ou foi para ti uma referencia?
Tenho a sorte de ter entrado no Grupo numa altura em que pegavam forcados que certamente serão lendas da forcadagem, tal como o Vasco Pinto, André Pinto Tavares, João Rei, entre outros. Além de serem forcados excelentes, foram (e são) o resultado do seu amor pelo Grupo e pela sua terra. Daí provêm valores de liderança, entrega, sacrifício e compromisso, que devem ser passados de geração em geração. Mas uma das grandes referencias será sempre o Fernando. Não só pela maneira como pegava toiros, mas também pelo sentido que dava às pegas, um sentido Sobrenatural. O Fernando extrapolou todos os valores da forcadagem para a sua rotina, entregando-se, comprometendo-se, sacrificando-se e pondo amor em tudo aquilo que fazia. Foi um grande forcado dentro de praça, e o verdadeiro forcado fora de praça!
O que foi o que te marcou mais no nosso Grupo?
A morte do Fernando marcou-me bastante. Eu não estava em Portugal quando o Fernando partiu, e foi difícil de perceber tudo longe da família, dos amigos e do Grupo. Também me marcou a morte do Nené, pois era um homem que representava (e representa) aquilo que é a terra de Alcochete e o Grupo. Depois houve outros momentos, tal como a corrida de mudança de cabo, uma corrida muito bonita e emotiva, que certamente ficará para a historia do Grupo.
Que importância tem para ti pegares no grupo onde também o teu pai e o teu irmão pegaram?
Uma das razões de estar no grupo é esta mesma. A vontade de ser forcado do Grupo começou a crescer quando via o meu irmão a preparar-se para uma corrida, e depois da corrida, me contava como tudo tinha corrido, os toiros, as pegas, o Grupo, etc. Também me transmitia alegria quando falava de Alcochete. Tudo isto era complementado pelas histórias que o meu pai contava, que tal como as histórias do meu irmão, fizeram crescer em mim a vontade de ser forcado, não de um grupo qualquer, mas do Grupo de Alcochete. E escolhi sê-lo com total liberdade, desejando viver aquilo que o meu pai e o meu irmão viveram.
Qual a pega que mais te marcou?
Fiquei marcado pela minha primeira pega no Concurso de Ganadarias de 2018 em Alcochete, sobretudo pela importância que esta corrida tem para o Grupo. Também fiquei satisfeito quando peguei o meu primeiro toiro, no Pinhal Novo, com o meu primo e amigo PP Quintella a primeira ajuda.