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Homenagem
Fernando Quintela Hélder Antoño
Fernando Reynolds Quintela

Anjo de calças de ganga
21/08/1991 a 16/09/2017

«Olhar cada dia para o tempo e para as experiências vividas. Não tanto para as castigar, nem para as lamentar, mas para tomar consciência e saborear com calma tudo o que foi construtivo, tudo o que foi dom, tudo o que foi oportunidade de encontro, de conhecimento, de relação. É por aí que passa a vida!» Vasco P. Magalhães, sj

Fernando QuintelaFernando QuintelaFernando Quintela

Estas sábias palavras do Padre Vasco Pinto Magalhães, sj inspiram-nos a uma imensamente sentida homenagem ao nosso querido Fernando Quintella. Serão sempre muito modestas e demasiado simples as nossas palavras perante o dom, a oportunidade e o ensinamento, para nós, Forcados Amadores de Alcochete, de conhecer, privar e aprender com o Fernando. O nosso eterno “Fanã”.

Esforçámo-nos por fazer isso mesmo: olhar para o tempo e para a intensa experiência vivida junto do Fernando não nos castigando, não nos lamentando, mas tentando tomar consciência e tentando saborear tudo o que foi esse dom de ter o Fernando Quintella na vida dos Amadores de Alcochete. Porque é, por aqui mesmo, que passa a vida. E essa vida, o Fernando viveu-a toda em todos os sentidos e com a plenitude que o seu caráter exigia de forma tão natural quanto discreta, porque tudo o que o Fernando fazia, fazia-o com a intensidade e com a qualidade de quem vive na Fé. Como amigo, companheiro e parceiro, o Fernando tornou-nos diferentes: mais unidos do que nunca, mais fraternos e mais crentes.

Fernando QuintelaFernando QuintelaFernando Quintela

O Fernando “citou” a vida como ninguém. Chamou-a, contemplou-a, carregou-a e pegou-a em todos os momentos da sua curta mas intensa caminhada na terra. São poucos os que sabem viver assim. Com aquela sabedoria própria dos que se regem pela Fé e aceitam a Graça da vida com a simplicidade com que Deus a oferece.

E foi desta forma que se entregou a vários projetos, com Cristo, buscando tudo o que intuía que a vida lhe podia proporcionar em experiências, em sentimentos, em partilhas, em crescimento, em aventura. O Fernando desafiava-se sempre a mais porque um cristão procura sempre mais e porque um verdadeiro ser humano, porventura, se sente melhor e mais pleno, quando se desafia a atingir mais.

E esta era a forma de o Fernando estar na vida. Cheio, repleto, entregue ao que amava. Ser forcado amador fez também parte das suas opções e foi com todos estes requisitos, tão próprios do seu perfil e do seu caráter, que pertenceu ao nosso grupo, durante 9 anos.

Divertido, alegre, educado, simples, discreto, altruísta, abnegado, aventureiro, mesmo quando temia e se insatisfazia, desafiava-se a mais.

Fernando QuintelaFernando QuintelaFernando Quintela

O Fernando fardou-se pela primeira vez em 2008, em Mont-de-Marsan (França), com apenas 16 anos. E, nesse momento, iniciou um trajeto de entrega ao grupo e em particular aos seus amigos. Demonstrou, bem cedo, qualidades inatas para pegar de caras, para dar primeiras ajudas e para cernelhar e, ao longo do seu percurso como forcado, executou com mestria todas estas posições, ultrapassando todos os desaos que lhe eram propostos com a simplicidade e a versatilidade que só está ao alcance dos predestinados.

Licenciou-se no Instituto Superior de Agronomia e era, de facto, na terra, no meio da lavoura, que se sentia em casa, ligado a essa força telúrica que só a terra dá, porque tudo é obra de Deus, porque tudo faz parte de um plano maior de que o Fernando foi e é, sem dúvida, uma peça fundamental.

Recordamos todos os dias a sua alegria, de estar, de ser, de se dar aos outros, espelhada nos olhos que semicerrava quando se expressava, quando gracejava, quando motivava, quando agradecia.

A tua passagem pelas nossas vidas, Fernando, foi uma Graça. Teríamos sido todos diferentes se não te tivéssemos conhecido. Ensinaste-nos a ser mais completos, mais agradecidos, mais devotos.

A tua ausência é irreparável e, porque amar é também deixar partir, vivemos sem ti mas contigo, sempre. Deixaste-nos, Fernando, de coração cheio.

«Cristo amou-me e entregou-se por mim» e que sorte tem em ter-te junto d’Ele.»